Tapeçaria.

    Quando comecei a restauração pouco me preocupei com a tapeçaria. Erro de iniciante, eu pensava que bastava um bom tapeceiro.

    Numa conversa com o Felipe, presidente do Clube do Puma, é que percebi que o problema era grave. Tipo de tecidos que não existiam mais, desenho de bancos e até os botões do painel. A busca começou.

    Os botões foram a parte mais fácil de encontrar: eu já os tinha. Todos, originais. serviram de amostra para que cópias fossem feitas e demoraram muito tempo para retornar, o que deu um bom frio na barriga. A seguir uma foto dos botões originais.

    A bola da alavanca de câmbio não é original, apesar de ser igual a ela. Eu não me preocupei pois minha Puma sempre teve uma bola de Cãmbio acessório original da Puma e que era muito usada nas Pumas exportadas. Mesmo que não fosse, eu sempre achei ela linda e minha Puma não seria a mesma sem ela.

    Os tecidos foram um caso a parte. Não existe mais nada. O carpete era o famoso bouclê. Só existem em cinza, bege e assim mesmo modelo doméstico. O automotivo, talvez pelo politicamente correto não são mais fabricados. Aqui, pois no EUA existe. Fácil? Não, tem dois tipos dos redondos: um com fileiras mais organizadas e outro com fileiras mais bagunçadas. Nas fotos dos novos já era difícil diferenciar, imagine em fotos da época. Até que o carro começou a ser desmontado e tinha, perdida embaixo dop outro carpete um pedaço do velho. Eu devia imaginar: era o mais caro...

    O revestimento de laterais usava o vinil que imitava o couro de porco. Imitava mal. Ou seja, não encontrava o vinil e não podia usar o couro de porco pois ficava diferente.

    Então aconteceu a melhor história da restauração. assistia um filme quando o casal de adolecentes enamorados resolveu se beijar no ônibus. E o banco do ônibus era revestido de? Sim, o meu vinil estava lá num lindo filme americano. Encontrei a marca do ônibus, e após vários e-mails e fotos eles identificaram qual o tecido: vinil de couro de porco. E me indicaram o único fabricante, um pequena industria do interior dos EUA, que não tinha e-mail ou site. Fazia tempo que eu não falava inglês e imagine a surpresa de quem atendeu quando comecei a explicar quem era e o que queria. Eles não aceitavam cartão, mas comprei o tecidos.

    Uma foto do interior no qual podemos ver o carpete e o vinil.

    Passemos ao teto. O tecido era o usado no Corcel I: o pólvora. Não existe mais, claro. Novamente o Tio San veio em minha ajuda: era usado no Mustang.

    O painel era revestido por um tecido rugoso. Desta vez não precisei ir longe: em Ribeirão Preto encontrei um tapeceiro que tinha e comprei todo o estoque. Esse foi fácil.

    Levei tudo para o tapeceiro, fotos e mais fotos. E começou o trabalho.

    Eis o resultado:

    Uma curiosidade: os parafusos da lateral da porta era da linha VW, com uma arruela especial, toda trabalhada. No catálogo da Puma tem a medida e ela é exata. Peça ´para fusca no Brasil nem pensar: a arruyela era simples, de dar pena. Nova compra no exterior.

    Terminada a tapeçaria foi colocar os vidros. O vidraceiro perdeu os vidros da porta. Achou-os por acaso. Os quadros da porta que tinha sido restaurados e cromados começaram a enferrujar e tive que comprar novos. Demoraram para ficar prontos e o carro ficou um tempão parado. Finalmente foram montados e ele foi para o polimento...

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